O Grande Tubarão Branco: A luta pela sobrevivência
Um
dos animais mais fascinantes da terra, o grande tubarão branco, Carcharodon
carcharias Lineu, 1758, é um peixe predador de tamanho, peso e
velocidade invejáveis. Também conhecidos como peixes cartilaginosos, os Chondrichthyes
(=cartilagem + peixe), onde estão alocados os tubarões e seus parentes,
apareceram no registro fóssil no final do Siluriano e retém traços anatômicos
dos seus antepassados até o recente.
No
vídeo acima, podemos observar este magnífico animal em ação. Trata-se de um
documentário sobre a biologia de adaptação, do nascimento até a aprendizagem na
captura de leões-marinhos do Cabo, onde iremos investigar os mecanismos
fisiológicos para tais feitos.
Sistema sensorial dos peixes:
Mecano-recepção
A água,
diferentemente das propriedades do ar, possui propriedades que influenciam no
comportamento dos peixes e de outros animais aquáticos. Isto se dá devido a
diferentes fatores de refração dos dois meios, pois a água é densa e viscosa,
fazendo com que os peixes, que é o alvo do nosso estudo, complementem a percepção
do ambiente com outros mecanismos. A linha
lateral também chamado de sistema de
canais sensoriais, é somente encontrada em vertebrados aquáticos e alguns
anfíbios, devido ao fato do ar não ser denso o suficiente para estimular os neuromastos. Os neuromastos são
formados a partir do agrupamento de células ciliadas associadas a uma célula de
suporte. São encontrados na pele, dispersos na superfície do animal ou
agrupados em áreas particulares. Nos tubarões brancos, estes órgãos neuromastos
estão dispostos desde as cavidades olfatórias nos processos rostrais, percorre
toda lateral do corpo até a extremidade da cauda. Existem estruturas que
compõem os neuromastos chamadas cúpulas. O contato do estimulo mecânico com
estas cúpulas, faz com que haja mudanças no gel que preenche o interior destas
estruturas, permitindo uma mudança conformacional, estimulando as células
ciliadas. Por sua vez, as células ciliadas liberam neurotransmissores para os
neurônios aferentes primários, os quais são responsáveis por transmitirem os
impulsos nervosos para o sistema nervoso central. Antes dos estímulos, as
células ciliadas estão levemente despolarizadas, fazendo com que haja uma pouca
liberação de neurotransmissores para os neurônios aferentes, apresentando uma
baixa freqüência de potenciais de ação. Com as pressões na água, sobre a superfície
do corpo do tubarão, derivadas dos movimentos dos leões-marinho, ocorre a curvatura
dos estereocilios em direção aos cinocilios. Este movimento auxilia na abertura
dos canais controlados nos estereocilios, permitindo a entrada adicional de K+
do liquido extracelular, onde a sua concentração é alta na célula. Com a
despolarização, se inicia a abertura dos canais de (Ca²+) controlados por
voltagem, e este íon entra na célula. A entrada deste íon provoca um aumento na
liberação de neurotransmissores, o que faz com que aumente o potencial de ação.
Ao cessar os estímulos, os estereocilios se curvam em uma direção oposta aos
cinocilios, dessa maneira, os canais mecanicamente controlados são fechados,
hiperpolarizando as células e consequentemente, fechando os canais de Ca²+ e
diminuindo o envio de neurotransmissores para o neurônio aferente e reduzindo
assim o potencial de ação.
Eletro recepção:
Outros
mecanismos envolvidos na captura de presas pelos tubarões, são os sistemas de campos elétricos ou eletro-recepção. Evidencias sugerem que
os tubarões utilizam varias modalidades sensórias em uma seqüência ordenada
para identificar, localizar e atacar suas presas.
Os
ataques dos tubarões brancos as suas presas se dão de maneira brutais, unindo
velocidade, estratégias de caça, força e aparatos corporais, como a mobilidade
craniana. Os movimentos cranianos, também chamados de cinese craniana, permitem que os tubarões consumam presas grandes,
protraindo a maxila superior até os limites dos ligamentos elásticos sobre seus
processos orbitais, o que os permitem morder organismos até maiores que eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário