quinta-feira, 7 de novembro de 2013


O Grande Tubarão Branco: A luta pela sobrevivência

Um dos animais mais fascinantes da terra, o grande tubarão branco, Carcharodon carcharias Lineu, 1758, é um peixe predador de tamanho, peso e velocidade invejáveis. Também conhecidos como peixes cartilaginosos, os Chondrichthyes (=cartilagem + peixe), onde estão alocados os tubarões e seus parentes, apareceram no registro fóssil no final do Siluriano e retém traços anatômicos dos seus antepassados até o recente.
No vídeo acima, podemos observar este magnífico animal em ação. Trata-se de um documentário sobre a biologia de adaptação, do nascimento até a aprendizagem na captura de leões-marinhos do Cabo, onde iremos investigar os mecanismos fisiológicos para tais feitos.

Sistema sensorial dos peixes: Mecano-recepção

A água, diferentemente das propriedades do ar, possui propriedades que influenciam no comportamento dos peixes e de outros animais aquáticos. Isto se dá devido a diferentes fatores de refração dos dois meios, pois a água é densa e viscosa, fazendo com que os peixes, que é o alvo do nosso estudo, complementem a percepção do ambiente com outros mecanismos. A linha lateral também chamado de sistema de canais sensoriais, é somente encontrada em vertebrados aquáticos e alguns anfíbios, devido ao fato do ar não ser denso o suficiente para estimular os neuromastos. Os neuromastos são formados a partir do agrupamento de células ciliadas associadas a uma célula de suporte. São encontrados na pele, dispersos na superfície do animal ou agrupados em áreas particulares. Nos tubarões brancos, estes órgãos neuromastos estão dispostos desde as cavidades olfatórias nos processos rostrais, percorre toda lateral do corpo até a extremidade da cauda. Existem estruturas que compõem os neuromastos chamadas cúpulas. O contato do estimulo mecânico com estas cúpulas, faz com que haja mudanças no gel que preenche o interior destas estruturas, permitindo uma mudança conformacional, estimulando as células ciliadas. Por sua vez, as células ciliadas liberam neurotransmissores para os neurônios aferentes primários, os quais são responsáveis por transmitirem os impulsos nervosos para o sistema nervoso central. Antes dos estímulos, as células ciliadas estão levemente despolarizadas, fazendo com que haja uma pouca liberação de neurotransmissores para os neurônios aferentes, apresentando uma baixa freqüência de potenciais de ação. Com as pressões na água, sobre a superfície do corpo do tubarão, derivadas dos movimentos dos leões-marinho, ocorre a curvatura dos estereocilios em direção aos cinocilios. Este movimento auxilia na abertura dos canais controlados nos estereocilios, permitindo a entrada adicional de K+ do liquido extracelular, onde a sua concentração é alta na célula. Com a despolarização, se inicia a abertura dos canais de (Ca²+) controlados por voltagem, e este íon entra na célula. A entrada deste íon provoca um aumento na liberação de neurotransmissores, o que faz com que aumente o potencial de ação. Ao cessar os estímulos, os estereocilios se curvam em uma direção oposta aos cinocilios, dessa maneira, os canais mecanicamente controlados são fechados, hiperpolarizando as células e consequentemente, fechando os canais de Ca²+ e diminuindo o envio de neurotransmissores para o neurônio aferente e reduzindo assim o potencial de ação.

Eletro recepção:

Outros mecanismos envolvidos na captura de presas pelos tubarões, são os sistemas de campos elétricos ou eletro-recepção. Evidencias sugerem que os tubarões utilizam varias modalidades sensórias em uma seqüência ordenada para identificar, localizar e atacar suas presas.

Os ataques dos tubarões brancos as suas presas se dão de maneira brutais, unindo velocidade, estratégias de caça, força e aparatos corporais, como a mobilidade craniana. Os movimentos cranianos, também chamados de cinese craniana, permitem que os tubarões consumam presas grandes, protraindo a maxila superior até os limites dos ligamentos elásticos sobre seus processos orbitais, o que os permitem morder organismos até maiores que eles.





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